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Uma Campanha Presidencial Diferente para um Tempo Diferente
pandemia da covid-19 que, infelizmente, nos colocou perante uma sombra negra de doença, morte e destruição da economia, provocou vários outros danos colaterais, nomeadamente aos candidatos à Presidência da República e suas equipas, que tiveram que optar por estratégias de marketing eleitoral totalmente condicionadas pela situação.
Esta campanha assenta nas ferramentas de comunicação que se encontram disponíveis, com foco nos meios de comunicação social, especialmente a televisão. Posicionamentos ideológicos à parte, esta é a eleição que vive da empatia do eleitor com o candidato – o que muitas vezes potencia, até, algumas ‘deslealdades’ partidárias – pelo que o factor ‘rua’, que permite o contacto directo com os eleitores, é o que mais falta lhes estará a fazer.
As campanhas eleitorais são ‘guerras’ de comunicação pelo que uma análise aos candidatos efectuada através da sua participação nos debates televisivos realizados pela SIC, RTP e TVI – que neste contexto tiveram uma importância singular – permite-nos observar se as estratégias, o posicionamento e as mensagens terão ou não sido eficientes.
Falemos dos candidatos que lideram nas sondagens. Marcelo Rebelo de Sousa, ‘o incumbente’, é o mais bem preparado para esta eleição já que parte com mais de 65 por cento de vantagem, continua a ‘emocionar’ os portugueses com os seus afectos e, racionalmente, está muito seguro do seu posicionamento (direita social) e das mensagens que pretende transmitir. Este factor, aliado à sua experiência política e televisiva, tem-lhe permitido apresentar-se ao melhor nível conseguindo, de forma camaleónica, adaptar a sua postura ao perfil de cada candidato e às suas necessidades políticas. Pela negativa, não se preparou suficientemente para dar resposta aos ‘casos’ que abalaram a sua Presidência e que, inevitavelmente, iriam ser levantados pelos seus oponentes.
André Ventura venceu em audiências televisivas – a sua combatividade não deixa a curiosidade indiferente – mas desiludiu face às expectativas criadas sobre a sua performance televisiva. Se o estilo lhe deu a vitória em audiências, a incorreção ideológica (afinal qual é a direita de André Ventura?), a repetição contínua das mesmas mensagens fracturantes e alguma deselegância não devem ter agradado a uma fatia do seu eleitorado e ao potencial eleitorado. Enquanto nas legislativas André Ventura ganhou o ‘voto de protesto’, nas Presidenciais o candidato tem, neste capítulo, a concorrência de
Ana Gomes, pelo que se esperava mais. Ana Gomes constitui uma boa alternativa para o eleitorado socialista que não consegue colocar o seu voto na ‘direita social’ de Marcelo Rebelo de Sousa e, nesse campo, cumpriu já que se apresentou como defensora do ‘seu’ PS e numa postura muito institucional. No entanto, para quem quer também conquistar o território do ‘voto de protesto’ arriscou pouco. Fiquei com a sensação de que um qualquer media training lhe tinha roubado o espírito combativo que tanto agrada a alguma esquerda e até mesmo à extrema esquerda. Faltou-lhe genuinidade.
Destaque
Este artigo não é o que parece…
Hoje ocupo-me de um tema sobre o qual nunca escrevi, nem nunca pensaria escrever.
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